18 setembro, 2008

Cartas de Amor


Quanto a mim, o amor passou

Eu só te peço que não faças como gente vulgar

E não me voltes a cara quando passo por ti

Nem tenhas de mim uma recordação em que entre o rancor.

Fiquemos um perante o outro

Como dois conhecidos desde a infância

Que se amaram um pouco quando meninos,

E, embora na vida adulta sigam outras afeições,

Conservam, no caminho da alma,

A memória do seu amor antigo e inútil...


Fernando Pessoa

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