24 julho, 2005

Pudesse eu

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.



Sophia de Mello Breyner Andresen

21 julho, 2005

Um filme excelente!

Moving at the speed of life, we are bound to collide with each other!
Uma forma única de abordar o racismo e a relação entre as pessoas.

Exausted!!!

17 julho, 2005

GRITO MUDO

Depois de tudo... ver-te...
Choro por ti todas as noites!
Ao ver-te... sorrio...
Depois de tudo... ver-te...

Nunca sonhei perder-te,
Seria tudo para sempre...
Só não suporto ver-te,
Sorrir, passar e esquecer-te...

Quero chorar ao teu lado,
Sorrir por ti, esquecer o passado!
Quero reviver tudo, o nosso mundo,
Reconstruir contigo aquele futuro!

Leve brisa neste dia quente,
O choro seco molha o meu rosto...
Sufoco o grito que ainda mente:
Sei que te amo... eterno posto...

Cristiana Almeida

16 julho, 2005


Guardar ressentimentos é como tomar veneno
e esperar que a outra pessoa morra.
William Shakespeare

13 julho, 2005

Being Happy!!!



Se existir guerra, que seja de travesseiro,
Se existir fome, que seja de amor,
Se for para esquentar, que seja o sol,
Se for para enganar, que seja o estômago,
Se for para chorar, que se chore de alegria,
Se for para mentir, que seja a idade,
Se for para roubar, que seja um beijo,
Se for para perder, que se perca o medo,
Se for para cair, que seja na gandaia,
Se for para ser feliz, que seja o tempo todo!

12 julho, 2005



"A felicidade é um hóspede discreto
que só percebemos que existe quando está de partida."

Poema da despedida

Não saberei nunca
dizer adeus

Afinal,
só os mortos sabem morrer

Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser

Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo

Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos

Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca

Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo

Mia Couto

08 julho, 2005

Para ti



Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que falhei
o sabor do sempre

Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos

simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só olhar
amando de uma só vida

Mia Couto

07 julho, 2005

Sobre o Casamento


...
E fiquem lado a lado, mas não próximos demais um do outro, pois os pilares do templo ficam afastados. E o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro
...

Khalil Gibran

Szeretlek

05 julho, 2005

Porque eu sou a primeira e a última
Eu sou a venerada e a desprezada
Eu sou a prostituta e a santa
Eu sou a esposa e a virgem
Eu sou a mãe e a filha
Eu sou os braços de minha mãe
Eu sou a estéril, e numerosos são meus filhos
Eu sou a bem-casada e a solteira
Eu sou a que dá à luz e a que jamais procriou
Eu sou a consolação das dores do parto
Eu sou a esposa e o esposo
E foi meu homem quem me criou
Eu sou a mãe do meu pai
Sou a irmã de meu marido
E ele é o meu filho rejeitado
Respeitem-me sempre
Porque eu sou a escandalosa e a magnífica

Hino a Ísis, século IV

04 julho, 2005



... Saber que nenhum dia era igual ao outro e que cada manhã tinha o seu milagre especial, o seu momento mágico, onde velhos universos se destruíam e novas estrelas se criavam...

03 julho, 2005

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

Nunca mais servirei Senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.

Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre.
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.
Nunca mais servirei senhor que possa morrer.

Sophia de Mello Breyner Andresen

02 julho, 2005


Se eu me magoo
E passo a odiar quem foi insensível comigo
Esse problema é meu, não do outro.
O outro apenas não correspondeu às minhas expectativas.
Não deu o colo que eu achava que merecia,
Não foi o amigo que eu queria que tivesse sido.
Ele foi ele.
Eu é que queria que ele tivesse sido diferente.
Então, eu sou a responsável pelo que sinto...