15 setembro, 2007

And the Oscar goes to...

Dois dias antes de fazer 16 anos, Kevin disparou contra sete colegas do liceu, um funcionário da cantina e uma professora.
Agora, passados dois anos, Kevin vive numa prisão para jovens delinquentes. A mãe vê-se obrigada a rever a história do filho, e a sua, numa tentativa de compreender o que se passou. A questão que a tortura é de quem é a culpa.
Terá sido uma má mãe? Ou será Kevin intrinsecamente mau? «Temos de falar sobre Kevin» regista a perplexidade de uma mãe perante o inconcebível e o modo como o massacre perpetrado pelo filho a obriga a desconstruir toda a sua visão do mundo.
A narradora fala da sua ambivalência relativamente à maternidade, da dificuldade em criar um laço com o filho e da escolha difícil entre a carreira e a vida doméstica.
Este é um livro que desafia todos os tabus: aprendemos a ver na história de Kevin elementos do nosso próprio quotidiano e problemas com que se debatem todos os pais.
Onde está a fronteira entre o homem comum e o monstro? Podemos distinguir o meio que nos cerca da nossa natureza? A narrativa, na primeira pessoa, é constituída pelas cartas da mãe do assassino ao pai deste.
Interrogando-se sobre o papel desempenhado pela Cultura e pela Natureza na determinação do indivíduo, Shriver apresenta-nos um livro perturbador e irreverente, sobre a culpa, o amor, o casamento, e o medo da maternidade.
Nele encontram-se verdades acerca da vida familiar que a maior parte de nós deixaria por dizer.
Escolha de Oprah Winfrey, "Temos de Falar sobre Kevin" é também uma análise do grande trauma da violência infanto-juvenil nos EUA.
Lionel Shriever é jornalista e escreve para O The Wall Street Journal, The Philadelphia Inquirer e The Economist. Tem oito romances publicados, é casada com um músico de jazz e vive em Londres e Nova Iorque.

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