12 novembro, 2005

SILÊNCIO QUASE MUDO



Há o silêncio, às vezes, entre nós,
e é um silêncio denso, ou uma fala
críptica, uma linguagem que abdica
do som, para ser só a voz da alma...

Há súbitas catarses de palavras
em torrente, cachoeiras de espuma
efervescente, ou talvez a timidez
dos gestos reprimidos ou represos.

Há os olhos que dizem sem dizer,
há o fluido subtil de quem se entende
mais longe do que a vida nos permite.

E há a confiança na ausência,
há segredos sabidos sem saber,
manhãs comuns em cada amanhecer.

Rui Polónio Sampaio

2 comentários:

Anónimo disse...

descrever o barulho do silencio é um trabalho realmente metaforico.
beijos
tampa.

Crisis disse...

Eu ouço algumas vezes o barulho do silêncio... e sem muitas metáforas! Tem barulho... agradável a maior parte das vezes, outras ensurdecedor! :)

Beijo grande my friend,