"Quando o palhaço a dor num riso esculpe-a
e transmuda-a num ténue pranto, e vence-o,
sente, às vezes, aflição, uma volúpia
que o faz sofrer sorrindo ou em silêncio.
No picadeiro canta e rola e cala,
ninguém sabe quem é, qual o seu nome,
qual a família que a miséria embala,
quais os filhinhos, muita vez, com fome.
Conta histórias, alegre... e logo finda
Sorri e canta alguma coisa linda
Não tinha inspiração mas apelava.
E eu que, pasmado, tanto gargalhava,
fico confuso e mais surpreso ainda
Não sorria o palhaço, e sim, chorava."
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